quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Mês de Setembro na Machado de Assis: Projeto “Que Brasil é esse?”

O mês de Setembro foi bem agitado no 8º ano A, os alunos em duplas fizeram pesquisas sobre as heranças deixadas ao Brasil por povos como os alemães, espanhóis, italianos, japoneses, indígenas, africanos, açorianos e holandeses. Com essas pesquisas os alunos fizeram cartazes para apresentar. Bem a primeira versão desses cartazes não ficou lá muito boa, nem o cartaz nem a apresentação, então a professora supervisora e as bolsistas interviram explicando o cartaz (como fazer) e também dando dicas de como apresentar um trabalho em cartazes, sem se apoiar no quadro ou sem ler o cartaz todo. E o resultado??? Foi magnífico depois da intervenção do PIBID os alunos provaram que aprenderam a elaborar cartazes maravilhosos e também apresentaram muito bem!
Outro assunto trabalhado com o 8º ano A foi as regiões dos Brasil. Nessas aulas as bolsistas com a orientação da professora supervisora falaram sobre culinária, festas, trajes típicos e  variação linguística em cada região do Brasil.
Texto redigido por Andressa Regiane Gesser

Bolsistas: Ana, Andressa e Larissa.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

J. K. Rowling e o Conflito dos Três Irmãos

No dia 25 de setembro os alunos do segundo ano do ensino médio da escola Carlos Maffezzolli começaram a estudar as partes que compõem o conto.
Para iniciar, foram trabalhados os conceitos de enredo, que é a união de todas as partes do conto, e depois os de conflito, que é essencial para manter o leitor preso ao texto. O conflito se dá por meio do diálogo, quando há discórdia no texto, mesmo que o diálogo não esteja explícito por ser escrito em terceira pessoa.
Com o intuito de levar a realidade e o contemporâneo para a sala de aula, decidimos trazer textos que fazem parte do cotidiano dos alunos. Assim, mostramos que J. K. Rowling não escreveu apenas a saga do bruxinho Harry Potter, mas também contos.
A escritora britânica ficou famosa com a saga Harry Potter, mas já publicou outros livros, um inclusive para adultos, além de começar uma nova sequência, agora de romance policial. Segundo a revista Forbes (2004), J. K. Rowling foi a primeira pessoa a ficar bilionária, em dólares, escrevendo livros e, em 2006, a mesma revista a nomeou como a segunda personalidade feminina mais rica do mundo.
O conto escolhido foi "O Conto dos Três Irmãos", pois além de ser o mais famoso, ainda poderíamos fazer uso dos recursos multimídia. O conto foi narrado, no último livro e filme da saga Harry Potter, pela personagem Hermione Granger, que é a melhor amiga do protagonista.
O Conto dos Três Irmãos conta a história de três irmãos bruxos que querem atravessar um rio. Para isso, usam magia e constroem uma ponte. No meio da ponte aparece a morte, indignada por não ter conseguido a alma dos irmãos. E esse é o conflito da estória, onde o conto passa a narrar em terceira pessoa o diálogo entre a morte e os irmãos. Nesse momento a morte dá presentes aos bruxos: uma varinha, uma pedra e uma capa que são o motivo dos futuros acontecimentos no conto.

O conto está presente no livro "Os contos de Beedle, o Bardo", escrito por J. K. Rowling e que conta com mais quatro histórias: O Mago e o Caldeirão Saltitante, A Fonte da Sorte, O Coração Peludo do Mago e Babbity, a Coelha, e seu Toco Gargalhante. O vídeo que passamos aos alunos está no final da postagem e foi retirado do último filme da saga Harry Potter: Harry Potter e as Relíquias da Morte.

J. K. Rowling
Capa do livro "Harry Potter e as Relíquias da Morte"
Capa do livro "Os Contos de Beedle, o Bardo"
Personagem Hermione Granger (Emma Watson) que narra o conto no filme
Os três irmãos fazendo uma ponte com magia para atravessar o rio
A Morte leva o terceiro irmão
Símbolo das Relíquias da Morte







O Fantástico na Ilha de Cascaes

Após trabalhar com as lendas do livro Lendas e Causos de Santa Catarina, o 2° ano do ensino médio matutino da escola Carlos Maffezzolli partiu para os contos com Franklin Cascaes.
As atividades iniciadas em agosto tinham como propósito retomar os contos da Ilha de Santa Catarina, introduzindo o gênero textual contos. O livro O Fantástico na Ilha de Santa Catarina de Franklin Cascaes traz histórias fascinantes envolvendo bruxas: grande personagem do folclore local.
O grande pesquisador da cultura açoriana, Franklin Cascaes, nasceu na praia de Itaguaçu em Florianópolis e teve seu trabalho divulgado apenas aos 66 anos de idade. Além da cultura açoriana em Santa Catarina, Cascaes também dedicou sua vida aos estudos sobre religião, visando os aspectos folclóricos e culturais. Em seus contos, utiliza-se da fonética para reproduzir a variação linguística local.
Os alunos tiveram contato com dois contos do autor: Vassoura Bruxólica e Velha Bruxa Chefe. Segue o conto da Vassoura Bruxólica:

Vassoura Bruxólica (1946)[1]
(Franklin Cascaes)

"É, neste mundo de Deus, há muitos mistérios e esta gente simples aqui da Ilha vive estas coisas quase como uma realidade. Meus lobisomens, bruxas, demônios e boitatás existem". Sempre foi crença do povo hospitaleiro desta Ilha dos famosos bois de mamão que, na Sexta-Feira-Santa, não se deve tomar instrumentos de trabalho para usá-los, seja qual finalidade for. É também costume tradicional deste povo, descendentes de colonos açorianos, que, na Sexta-Feira-Santa, a partir de zero hora, devem banhar-se nas ondas do mar, levando consigo animais domésticos, para purificarem-se e protegerem-se de todos os males do corpo físico e espiritual. As águas colhidas nesta hora servem para todo o tipo de cura. É a fé, longínqua dos tempos, aliada a superstição, ao medo e ao amor pela conservação do corpo físico, na cura dos males que atacam o homem em franca vivencia espiritual e física com o seu Deus. As forças atuantes de práticas religiosas freiam os instintos animalescos do homem, encaminhando-o, espiritualmente, para viver com bons modos junto com o seu Deus, com a cultura, na sociedade e consequentemente com o seu próximo. Entrementes, sempre aparecem nos meandros desses cenários fantásticos, e outros moderados, pessoas que se arrojam contra os poderes divinos, maltratando esses conjuntos de sociedades freadoras, veículos insubstituíveis de abrandamento de sofrimentos que martirizam e acoitam a criatura humana. Um caso de desrespeito espiritual aconteceu há muitos anos passados, lá pras bandas do sul da Ilha de Santa Catarina. A Maria Vivina, moradora da praia dos Naufragados, fez uma aposta com a Carrica, de que, na Sexta-Feira-Santa daquele ano, ela tomaria uma vassoura e com a mesma, varreria o quintal de sua casa e, certeza tinha, nada lhe aconteceria de extraordinário. Apostaram um par de tamancos contra uma botina. E firmaram a promessa da aposta, casando-a. Quando a Vivina deu a primeira varredela, a vassoura soltou-se de suas mãos qui nem um relâmpago, metamorfoseou-se em bruxa, ganhou altura sobre o morro do Ribeirão da Ilha e desapareceu, num repente, no espaço sideral das alturas incomensuráveis da quimera. A Maria Vivina caiu de joelhos no terreiro, rezou e pediu perdão aos céus pelo ato impensado que havia cometido contra as ordens divinas, chorando copiosamente. A Carrica abraçou-se com ela e ambas choraram e sentiram o amargo do néctar da desobediência humana. Nenhuma das duas era bruxa, porque a vassoura, que e um instrumento de montaria de bruxas, foi embora, viajar pelo espaço sideral, sozinha. Oh! Minha querida Ilha de Santa Catarina de Alexandria, és a graciosa sereia que repousa sobre brancas areias de comoros errantes, sambaquis seculares, banhada pelas ondas acasteladas do oceano, perfumada pela brisa acariciante dos ventos e enxuta com as toalhas felpudas dos raios solares que beijam calorosamente seu corpo mitológico”.



[1] Em O fantástico na Ilha de Santa Catarina (2014), você encontra este conto nas p.85-7.

Livro "Lendas e Causos de Santa Catarina"

Livro "O Fantástico na Ilha de Santa Catarina"

Franklin Cascaes 

Imagens do livro "O Fantástico na Ilha de Santa Catarina"
Imagem do conto "Vassoura Bruxólica"
Imagem do conto "Velha Bruxa Chefe"